Somos fortes...
As correntes vermelhas de sangue, sangue escravo e suor ainda gritam aos séculos, em meio a lágrimas e lamentos ecoados nas poesias e no "blues"; o grito ainda é forte pois os tambores se encarregaram de nunca se calarem, retumbando para todo o sempre as mazelas das senzalas.
Muita coisa mudou desde 1888, mas pouca coisa se modificou. Apenas na forma em 1988, muito pouco para 100 anos: ensaiamos um arremedo de liberdade, sonhamos com uma sociedade realmente, ou melhor, efetivamente livre e igualitária, um sonho sonhado que embalou grandes mudanças ao largo da história, nas revoluções desencadeadas aqui e acolá. Entretanto, frustramos ao ver que foi brinquedo de papel, pois na forma avançamos, mas na praxis somos os mesmos: o negro, infelizmente, ainda é discriminado.
Tem as menores chances em tudo, desde a educação à obtenção de um emprego justo e bem remunerado.
Ainda é visto com outros olhos, olhos que procuram coisas erradas, que o preconceito, inimigo do bem, imprimiu de novo nos corações e mentes, vícios de uma patologia social, detector de resquícios de um tempo passado, tempo de vergonha para todos, tempo de escravidão. Não há e não haverá crueldade maior na face da terra, excreção hedionda, da negação da humanidade de todos, de qualquer um.
As correntes hoje tem outros nomes: favelas, falta de oportunidade, racismo ora velado, ora totalmente exposto, como uma chaga incurável, vermelha-sangue, criminalidade de lesa humanidade.
As correntes hoje tem nomes variados; intolerância, xenofobia, segregação racial, dominação política, às vezes chegadas aos extremos da religiosidade, às vezes a hipocrisia chega ao limite gritante de fechar os olhos para uma situação revoltante.
Escravos deste sistema degradador, negros, todos... salve Zumbi dos Palmares, viva a resistência negra, salve vinte de novembro! Viva o negro!
Somos fortes...
4 Comments:
Ainda bem que diferenças aproximam nem que seja por comentários
entre paredes. Podem não aproximar para uma solução, mas contribuem para
disseminação da idéia de algum dia haver mudanças maiores e setorizadas,
as mudanças no todo se mostram ineficazes.
Não pode acontecer e já acontece são as pessoas virarem estatísticas.
http://nocongelador.weblogger.com.br
atrasdobalcao.blogger e vidasa.blogger
Anonymous, mas nem tanto...hahaha
Graças à Deus, minha alma não arrasta grilhões...não tenho preconceito de raça, credo, opção sexual, quero é fazer amigos por esse mundo e não me importa a capa que tragam, mas o coração que pulsa neles.
Uma boa semana e apareça, viu?!
Não entendo como melanina iria fazer alguém melhor ou pior... ou seja, racismo sucks.
Não viva o negro, não viva o branco; viva o ser humano!
Um abraço!
[Cronos - www.sopacosmica.blogger.com.br]
Acho um absurdo ainda se discrinar as pessoas pela cor. Acho que o que diferencia o ser humano são seus atos e seu coração e não a cor da sua pele. Mas acho que apesar termos andado pouco estamos melhor do que eramos em 1888, só que ainda vai demorar muito para conseguirmos uma sociedade realmente justa e igualitaria.
Uma coisa curiosa, a empregada daqui de casa que é negra nasceu exatamente no dia que se comemora o Zumbi dos palmares. Eu a considero uma segunda mãe pois cuida de mim desde os 9 meses, acho que foi com ela que eu aprendi a respeitar todas as pessoas independente da cor...
Patrícia - www.noturnolandia.zip.net
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