sábado, junho 14, 2025

Caminhos e partidas


Vontade de não ter te conhecido

Mas isso aconteceu.

E daí, ramificou-se nossa história.


A vida fluiu, os eventos, bons e maus

Nossas alegrias, nossas tristezas

Nossas rusgas que vão e voltam

Aquele passado imperdoável


Vontade de não ter ter te conhecido

De não ter te beijado, não ter seu sabor na minha língua

E daí, o que fazer com a história?


O amor, o desejo, a cumplicidade

Aquilo que nos tornavam uno - se é que foi-se um dia

Agora é um vislumbre de um passado distante.

Imperdoável seria a minha partida.


Veja, nosso primeiro amor está em paz.

Nossa segunda semente está em boa caminhada...

Vamos ficar bem nesse nosso caminho...

Das querências...

 



Não sei dos seus beijos, mas anseios...

Não sei do seu gosto, mas desejo...

Sem saber, mais... e mais um tiquinho.


Como saber do que nos é reservado, para a felicidade?

O quão liquido e refeito é o amor?

E seus beijos, que sabor terão?


Traçamos linhas de conduta

Passo ao largo do seu limite

E vislumbro possibilidades, além, da saliva.


Explode a guerra lá fora

Aqui, no nosso bunker, reina paz

Você tem gosto de alfazema.



sexta-feira, janeiro 24, 2025

NovEla


Não, minha vida não é novela

Vivemos o que vivemos, sofremos o que sofremos

E isso é nosso.


A vida é nossa, o medo é nosso, a perda nossa, o que foi, o que é, o que nunca será, é nosso.


A vida não é uma novela

Com fins alegres, salpicados de malfeitos desfeitos, todos sorrisos

A vida é dura, é fruto da vivência dos dias

Não sou, penso, ator. 

Mas me protagonizo.


Vivo. Você vive. Vivemos.

Nos amamos, pouco, eu sei. Era do nosso jeito, ruim, bom, mais ou menos... mas frutificamos.


E depois?

Perda. Sofrimento. Limbo do amor, nexo nenhum. nada em comum, conversas inócuas, brigas e palavras desaforadas a todo instante.


É. O amor morreu. 

No lugar, o sentimento de tentar ajudar. 

Peço: se ajude!

Não há volta. Não há outro capítulo antes do final, veja bem. Aconteceu. 


A novela acabou, o vilão é o mocinho, a donzela mostrou sua face, houve drama, houve morte, houve desacertos, houve compaixão, houve tudo...

... assim como houve amor!


Fica bem, ok?

sexta-feira, abril 26, 2019

Você vai chamar alguém?

Imagem relacionada

Já é tarde da noite
O pequeno faixo de luz parte da minha mão
e me cobre os olhos
Fazendo o sono sumir

Faz tempo que estou aguardando
Lembro de ter levantado da queda
Corrido o mundo
Mas nada mudou

Penso em coisas estranhas
Lembro de cenas patéticas
Percorro lembranças e traumas
E as coisas continuam como você deixou

Já é tarde, quase amanheceu
Reviro-me amargurado
As estranhas do quarto ao lado enfim dormiram
e o apartamento finalmente se enche de silêncio

Faz tempo que percorro os erros do passado
Faz horas que tento entender toda a situação
Vejo hoje que os erros são mútuos
Que o perdão, em si, nada mais é do que um indiferente adeus 
De duas pessoas que nunca mais se encontrarão nesta vida.

Amanhã tem festa aqui em casa
Você vai chamar alguém?

terça-feira, novembro 08, 2016

A exata dose do máximo

Unicórnios anis com detalhes grená passeiam pelo seu corpo
Vindo das costas, galopando seios e sumindo entre cabelos
No ouvido, pulsos, batidas
Cheiro de gardênia ou própolis forçando a visão
E no meio de tudo isso, dois.

O céu fica oscilando entre o claro e o rosa
A cama não mexe, não ruída, flutua
E nossos corpos, pulsantes, se aproximam e se repelem
Várias e infindáveis vezes
Variando mãos apoiadas e músculos retesos

Procuro marcas de seus dentes na pele
Vejo, sinto, busco, devaneio
A língua cura a cada busca pelo prazer
E a mente que distorce a realidade
Faz, enfim, congelar o tempo

A máxima dose de tudo somos nós
Em tudo, o exagero do controle
Pele limpa, corpos protegidos do vento
Mas refastelo nos seus pelos
Brincando e brigando pelo meu espaço

quarta-feira, junho 29, 2016

Você não sabe nada (Jon Snow?)

- Vem pra cama, amor...
- Ai, pára... vai começar...
- Começar o que?
- A última temporada de Game Of Thrones...
- Porra, Maria Alice... esta porra não acabou não?
- Não, Carlos Alberto... hoje é o último episódio da quinta temporada...
- Mas que buceta... hoje estava a fim de transar...
- Depois, depois...


- Maria Alice, vem para cama...
- ...
- Maria Alice, você tá chorando?
- Ai, Carlos... ele morreu, Carlos...
- Quem morreu, caralho...
- O Jon Snow... mataram ele...
- Quem é este? Você tá falando de que?
- Do Jon Snow, do Game Of Thrones...
- Mas que buceta, Maria Alice... você sabe que não assisto novela...
- MAS NÃO É NOVELA, CARLOS ALBERTO...
- Fodas se você chama de outra coisa... pra mim é novela...
- Insensível...
- Eu? Que isso..
- Ah, não, pára com isso...
- Ah, Maria Alice... hoje tô tão a fim...
- Você não viu que o Jon Snow morreu? Não tenho clima para sexo...
- Tomar no cu desta porra de Game os Thrones... tomar no cu, viu!!!

E aí?

foil
fail
foi!

terça-feira, junho 21, 2016

JUMA

Jumentos, burros, asnos
A bicharada toda presente
Filas, manadas de gente em duas patas
Palmas voando enquanto passa a pira

E no meio da selva, o bicho
Acuado, faminto, sem casa
Mas é dia de festa!
Todos aplaudindo o fogo grego

Jumentos, burros, asnos
O ferro no pescoço mostra o lado opressor
Agulhas fincadas em braços abertos até o derradeiro final

E, no meio da festa
E, no meio do povo
E, na presença da ignorância
Todos tentam explicar o inexplicável
Para tentar conviver com tamanha estupidez.

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Entenda clicando AQUI

sexta-feira, junho 17, 2016

Ainda bem que você tem (fé)

Desce o morro, vende, corre
Eles aparecem, fogos, sangue
Vida de pobre, vida de negro
Favela, medo, tristeza

Passa dia, passo a bola
Vivo quando me deixas
Animo, reabilito, vomito e tomo de novo
Vida inquieta, vida que se presta
Desce, vem ver, chegou mais
Gritaria, corre, avião
Bastante na mão, nas mãos límpidas e burguesas
O pó, a faca, a fé, a coisa toda
Viela, boca, favela

Daí de trás de vejo (novamente)

Engraçado como o mundo dá voltas

Ontem era eu, hoje és tu

Rimos, bebemos, conversamos até a hora de dormir

E novamente, como roda, voltamos a repetir o ontem


Hoje sou eu, amanhã é você

Como uma tabela, um campeonato sem vencedores

Rimos, choramos, usamo-nos

E pomo-nos novamente no jogo...


A vida nos molda ou nos moldamos no ciclo repetitivo da máquina de lavar?

Lava, seca, suja, limpa e torna a voltar ao início.

Hoje, já aviso, vou por trás...

A veia

A veia que passa no meu corpo não passa no seu
Aveia tomo de manhã
Seu corpo é cheio de fibras
E fibras tem no meu cereal
Quando passo mal, é porque comi muito
E quando você passa mal, não vai na escola

A veia leva sangue para o coração
Aveia leva força para os músculos
Então, uma coisa não está relacionada com a outra
Mas dizem que tudo está interligado (Malhação?)
Acho que não estou entendendo mais nada

A veia que passa no seu cu, quando estoura, se chama hemorroida
Você tem que carregar aquela boinha para assoprar e poder sentar
Seu rabo dói, e não é porque deu
Mas só de relar na cadeira, se fode
E aí, você responde: "sua véia tá boa, né?"