domingo, dezembro 26, 2004

Carne má.

Traz para mim o sabor de todo o infortúnio
Rasgue assim o sabor e o saber de tudo à nossa volta
Despeje em mim,
Rasgue a minha consciência
E me molhe com todo o teor da desventura
(dela, e só dela...)
Que me salga, me mata...

Vem em mim desde germe, rastejante verme,
O sabor inconfundível da maledicência
Do escárnio.
Gozo e chamo, suplico...
Bato e xingo (acaricio a alma, tua alma!)
E no sabor da tua boca, o teor da minha eterna ira.

Veja nos meus olhos, olhos no éter.
Sinta a textura dos meus órgãos
Sinta em mim todo o mal
De todo e tudo
Sinta e estremeça, ó mortal,
A carne eterna
A carne imutável
Sinta a carne.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

A eterna luta do sim contra o mal...

http://moacircaetano.blog.uol.com.br

1:33 AM  

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