Clichê
Olhou pela janela o céu nublado, o tempo chuvoso.
O relógio digital piscava, havia desligado com a queda de energia de madrugada.
Calçou os chinelos, foi à cozinha, abriu a geladeira, encheu um copo de leite. 3 goladas.
Deu bom dia para o cachorro que abanava o rabo. Fez-lhe um carinho na cabeça.
Esfregou os olhos, olhou para a janela novamente. O mesmo tempo nublado.
Olhou para a cama com os lençóis desarrumados, o tronco descoberto da moça e a cabeleira loira espalhada pelo travesseiro. Ela roncava bem baixinho. Crianças devem dormir assim, pensou.
Olhou de novo pela janela, o dia ia ser chuvoso.
Sentou ao pé da cama enquanto o cachorro lhe deitava aos pés.
Se fumasse, teria acendido um cigarro, mas aí já seria clichê demais.
2 Comments:
E numa analogia de leiga, ele teria comparado a sua vida à moça loira, seminua, despenteada, meio que inerte, mas pronta para despertar a qualquer momento...
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