Hoje teremos churrasco de povo:
... ele bem assado, um pouco por demais ao ponto é o que recomendo, senhor e senhora... porque às vezes deixamos a carne um pouco mais ao sabor do fogo e, mesmo sem querer da receita fazer dela errada ou não, por convenção ou por mera e subjetiva vontade de quem sempre (co)manda , deixamos queimar um pouco a casca da vergonha... ou às vezes não, pois saborosa sempre é a carne, crua, sangrando, ao ponto ou queimada, ela é sempre macia, macia de tanto apanhar, no lombo, carne não tão nobre, mas macia... apetitosa, que se come e se come de se fartar novamente, repete-se, e come-se de não mais querer (é impossível: a carne é burra!)... aprecie um pedaço da carne do povo (carne de bicho que não sabe de nada, bicho besta, bicho que não sabe o valor que tem, bicho que não sabe votar, bicho que não sabe escolher, bicho domesticado, manso), prove o gosto do suor, suor suado de dias e dias intermináveis de luta, dias de batalha, de sol a sol, suor nem tão bem remunerado (você, que compra a carne, sabe bem disto), suor da mais valia, suor que nos enche os bolsos de dinheiro, dinheiro do povo submisso... mas que dá uma carne boa, isto dá...
... e é a especialidade da casa! Vai querer?
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